O feto encontrado no congelador de uma geladeira de uma casa na região do Barreiro, em Belo Horizonte, estava dentro de sacos de lixo e enrolado em uma cinta há mais de um ano. O embrulho foi repassado à proprietária do imóvel por uma outra mulher alegando que seria uma carne. Na manhã desta quarta-feira (1), a reportagem de O TEMPO esteve no local, no bairro Flávio Marques Lisboa, e conversou com a irmã da dona da casa, que também viu o feto .
“A minha irmã e essa Grazi (que deixou o feto) eram amigas. Há mais de um ano, a Grazi chegou na casa dela e disse que estava com vontade de comer alguma comida preparada pela minha irmã. Ela almoçou e, ao ir embora, pediu para que guardasse a ‘carne’, que depois entregaria para o tio. Minha irmã guardou. Isso quando ainda morava na Vila Bernadete”, contou a faxineira Simonia Salgueiro, de 58 anos.
Na mudança de casa, o embrulho chegou ser retirado do congelador, mas, ao chegar no novo endereço, foi colocado novamente dentro da geladeira por medo de que a “carne” pudesse estragar. Segundo Simonia, o pacote não chegou a descongelar.
Por várias vezes, a irmã da faxineira chegou a mandar mensagens para Grazi ir até o imóvel buscar o embrulho, mas ela nunca chegou a aparecer.
“Minha irmã falava com ela que ia jogar fora porque a ‘carne’ já estava há muito tempo lá. A Grazi pedia para não jogar fora e falava que estava morando em Betim e só tinha folga no fim de semana. Ontem, minha irmã resolveu jogar fora para o lixeiro levar hoje. Por curiosidade, ela abriu o pacote para saber qual carne era e encontrou três sacos de lixo, duas sacolinhas de supermercado e ela viu o pezinho. O neném estava enrolado em uma cinta”, detalhou Simonia, que logo foi chamada pela irmã.
Posteriormente, a Polícia Militar e a perícia da Polícia Civil foram acionadas.
Amigas há mais de quatro anos
A dona da casa e Grazi eram amigas há mais de quatro anos e, segundo Simonia, a irmã nunca percebeu nenhuma gravidez.
“Minha irmã tinha criação de patos, meu cunhado morreu e ela chamou um rapaz para matar os patos e vender. Só que era preciso arrumar alguém para limpar os animais e foi aí que esse rapaz indicou a Grazi. Minha irmã não pergunta nada da vida das pessoas, ela disse que não percebeu nada”, contou.
SUSTO
Nesta manhã, a irmã de Simonia descansava depois de prestar depoimento na delegacia. “Ela ficou muito abalada, ela é sensível. A gente não esperava acontecer isso na nossa família. Eu não conheço essa (moça), não sabemos o paradeiro dela. É muito complicado, a gente não imaginava a mente de uma pessoa dessa”, finalizou.
INVESTIGAÇÃO
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que “recebeu a denúncia do encontro de cadáver de um feto, na noite de ontem (30/11), quando a equipe da perícia criminal compareceu ao local dos fatos. O corpo foi removido imediatamente ao Instituto Médico Legal em Belo Horizonte, onde está sendo submetido a exames. Até o momento, não houve suspeito conduzido”.
Fonte O TEMPO
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