Quando a Defesa Civil foi acionada no dia 13 de maio, o deslocamento diário era de 4 centímetros. De acordo com o Wagner Nascimento, chefe da divisão de segurança de barragens de mineração da ANM, a mineradora informou ao órgão que em alguns pontos a movimentação já chega a 9 centímetros por dia, quase o mesmo valor esperado para um ano. E o deslocamento deve continuar aumentando. talude é uma estrutura grande. Em algumas áreas, a movimentação se mantém em 7 centímetros, já em outras, chegam a 9. De acordo com relatório enviado pela Vale ao Ministério Público de Minas Gerais, não é possível afirmar que o deslizamento do talude vai impactar a barragem Sul Superior, uma vez que as estruturas ficam distantes 1,5 km uma da outra. A barragem está em nível três de alerta, o que indica risco iminente de rompimento, desde o mês de março. Devido à situação, o documento alerta para a possibilidade de a vibração da queda do talude afetar a estrutura de contenção de rejeitos. Segundo Nascimento, a ANM tem o desmoronamento do talude como inevitável. — É uma estrutura que não tem como intervir nela. A queda vai ocorrer. Tem é que monitorar porque quando vir a romper, pode gerar a vibração. Também pode ser que a vibração nem aconteça, se o talude continuar descendo devagar. Sobre a situação, a Vale informou que monitora a estrutura 24 por dia, de forma remota. Na última quinta-feira (16), a Justiça do Trabalho determinou que a empresa não permita que funcionários trabalhem no local até que a segurança seja reestabilizada.
Confira a nota da Vale na íntegra:
“A Vale informa que a Cava da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), vem sendo monitorada 24 horas por dia de forma remota, com o uso de radar e estação robótica capazes de detectar movimentações milimétricas da estrutura, além de sobrevoos com drone. O vídeo-monitoramento é feito em tempo real pela sala de controle em Gongo Soco e no Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) – quatro equipamentos estão localizados na sala de controle em Gongo Soco e outros dois no CMG.”