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‘Morto por assassinato’ em cidade que nunca visitou tenta provar na Justiça que está vivo

Foto: Arquivo pessoal

Paulo Roberto Gonçalves, de 41 anos, ingressou com um processo na Justiça de Mato Grosso para provar que está vivo. Pelos registros oficiais, ele consta como falecido desde 26 de janeiro de 2012, vítima de um homicídio em uma cidade que ele nunca visitou, conforme boletim de ocorrência e decisão judicial anexada ao processo. Paulo teve o CPF cancelado por causa do erro e só descobriu isso em outubro deste ano, quando tentou fazer uma compra e não conseguiu.

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Na ação que questiona a suposta morte dele, o Ministério Público de Mato Grosso alega que o homem foi morto por Antônio de Oliveira, ao tentar cometer um furto e entrar em luta corporal com ele.

O caso chegou a ser julgado pela Comarca de Sorriso, a 420 km de Cuiabá. O processo foi encerrado em 2018 e terminou sem a condenação do autor da morte. Como prova de que está vivo, o pedreiro apresentou a Certidão de Nascimento do filho, que nasceu em dezembro de 2019, ou seja, não poderia ter tido uma criança quando já estava morto, se fosse o caso. A própria esposa Elizangela Moreira da Silva fez uma carta escrita à mão para dizer que mora com o companheiro e que ele está vivo.

Ele apresentou ainda uma série de cartas de parentes, inclusive dos irmãos, para reafirmar que não está morto. Até uma associação de pequenos produtores fez um atestado para afirmar que ele tem propriedade na comunidade de Serra Acima, em Chapada dos Guimarães.

Além disso, o pedreiro fez uma carta de próprio punho dizendo que procurou a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência sobre o caso. 

“Eu havia perdido os documentos e fui fazer meu RG, busquei a Polícia Civil para registrar o boletim de ocorrência e eles me orientaram a fazer a identidade. Ao tentar emitir o novo documento, fui orientado a procurar a Defensoria Pública, já que era um caso de Justiça”, disse .

Na certidão de óbito, que foi feita só em 18 de julho de 2013, diz que o corpo dele foi enterrado no Cemitério José Maria Pinheiro de Oliveira, em Sorriso. Os nomes dos pais que constam no documento são os mesmos dos pais do pedreiro, o que torna a situação mais misteriosa.

g1 conversou com pedreiro, o qual contou que descobriu que era considerado morto ao tentar fazer uma compra à prestação em uma loja, em Campo Verde, onde mora, e teve o cadastro negado. Ao chegar em casa, pesquisou em um aplicativo a situação cadastral dele e viu que o CPF estava cancelado. 

O pedreiro que só tem até 5° ano do ensino fundamental decidiu buscar entender o que tinha acontecido. Segundo ele, o homem assassinado não havia sido identificado, em um primeiro momento. Depois, foi reconhecido como sendo Paulo Roberto Gonçalves, mesmo nome dele. Ele conta que mora em Campo Verde desde 2003 e que nunca foi ao município de Sorriso, local do suposto homicídio.

Fonte g1

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