O médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, foi condenado a 35 anos e 11 meses de prisão por abusar sexualmente de pacientes. A defesa sempre negou os casos e a decisão ainda cabe recurso.
A condenação foi emitida em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal, e assinada pelo juiz Marcos Boechat nesta quarta-feira (6/4). O documento se refere a quatro casos de estupro de vulnerável cometidos contra três mulheres, que eram pacientes do médico.
Conforme a decisão judicial, Nicodemos também foi condenado a pagar indenização por danos morais a duas das vítimas, no valor de R$ 20 mil para cada uma. O médico teve negado também o direito de recorrer em liberdade, razão pela qual segue em prisão preventiva.
Mais de 50 vítimas
Após força-tarefa organizada pela Polícia Civil de Goiás, que teve o trabalho de psicólogos e profissionais de saúde, foram empreendidas várias diligências. Foram ouvidas as mais de 50 vítimas que compareceram na delegacia, bem como testemunhas e demais documentos probatórios contra o ginecologista.
O médico é investigado por abusos durante atendimentos em, pelo menos, 54 vítimas de Abadiânia, Anápolis, Goiânia e Pirenópolis.
Mulheres relataram à polícia abordagens inapropriadas, contato físico indevido, mostraram conteúdos de mensagens trocadas com o médico e uma delas chegou a relatar uma proposta feita
Prisão
O ginecologista está detido no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia, desde 8 de outubro do ano passado. Ele chegou a ser preso no dia 29 de setembro, em razão das primeiras três denúncias, mas foi solto pela Justiça no dia 4 de outubro e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Com o registro de novos casos, Nicodemos foi preso novamente quatro dias depois.
O médico já foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás por 22 casos de estupro de vulnerável, 22 casos de violação sexual mediante fraudes e 9 casos de assédio sexual. Após decisão do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Nicodemos teve o registro profissional interditado por seis meses, podendo ser prorrogado por igual período. Com isso, ele está impedido de exercer a medicina no país.
Fonte Metrópoles