Após porta-voz informar que soldados entraram no território, Exército nega que tropas terrestres estejam na ação. Artilharia e tanques se juntam aos bombardeios na maior escalada do conflito dos últimos sete anos
Israel lançou uma nova ofensiva aérea em grande escala contra o Hamas na Faixa de Gaza no início da madrugada desta sexta-feira em uma intervenção sem precedentes desde a guerra de 2014.
Os disparos da artilharia e dos tanques concentrados nas últimas horas na fronteira do enclave se juntaram aos bombardeios maciços que a aviação realiza desde a tarde de segunda-feira. A magnitude do ataque não é clara e nas primeiras horas houve confusão sobre se as tropas israelenses haviam penetrado no território.
Um porta-voz do Exército inicialmente confirmou a entrada de soldados do outro lado da cerca de separação com Gaza, mas duas horas depois outro porta-voz militar declarou que havia sido uma falha de comunicação. “Esclarecimento: atualmente não há tropas terrestres das FDI [Forças de Defesa de Israel] dentro da Faixa de Gaza. As forças terrestres e aéreas das FDI estão realizando ataques contra alvos na Faixa de Gaza”, declarou o Exército em nota. A mídia de Gaza assegurou nas redes sociais que em poucos minutos mais de 150 bombardeios terrestres e aéreos foram registrados. O Hamas havia alertado em um comunicado que se as tropas israelenses invadissem qualquer parte de Gaza: “A ofensiva terrestre oferecerá uma oportunidade para aumentar o número de mortos e prisioneiros entre o inimigo.”
O Gabinete de Segurança, órgão do Governo que toma as decisões importantes em caso de guerra, reuniu-se no quartel-general das Forças Armadas em Tel Aviv para examinar os planos da chamada Operação Guardião das Muralhas. “O Hamas vai pagar um alto preço por seus ataques a Israel”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um comunicado divulgado após a reunião. “Ainda não foi dita a última palavra nesta operação, que só terminará quando for necessário”, acrescentou. O chefe do Exército, o general Avi Kochavi, ordenou o envio de três brigadas à fronteira, enquanto o Estado-Maior da Divisão Sul mobilizou mais de 9.000 reservistas.
Pelo menos 109 palestinos —entre milicianos e civis, incluindo 28 crianças— foram mortos nas incursões aéreas israelenses desde o início da ofensiva e mais de 500 pessoas ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Em Israel, sete pessoas —incluindo dois menores e um soldado— morreram em consequência do lançamento de foguetes a partir do enclave e outras 200 ficaram feridas.
Dirigentes do Hamas sinalizaram que estão dispostos a um cessar-fogo em nome das milícias de Gaza, relata a Al Jazeera, mas Israel mantém sua rejeição à trégua enquanto continuarem caindo projéteis em seu território. Mais de 1.700 foguetes foram disparados desde segunda-feira, dos quais 300 caíram dentro da faixa, sobre o sul e centro do país.
“Agora não é hora de falar”, disse segundo a imprensa israelense o chefe do Shin Bet (serviço de inteligência interno), Nadav Argaman, que dirige a estratégia de assassinatos seletivos de dezenas de comandantes do Hamas e da Jihad Islâmica.
Até que a aviação e a artilharia esgotem a lista dos bancos de dados de objetivos militares na Faixa de Gaza, com o fim de reforçar a capacidade de dissuasão de Israel, não se espera que a intensidade das hostilidades comece a diminuir.
Quatro apartamentos ocupados por chefes das milícias e um prédio de seis andares foram destruídos em ataques da aviação, que concentrou o fogo de seus mísseis contra os blocos mais emblemáticos da cidade de Gaza.
Escritórios dos meios de comunicação
Os partidos islâmicos e as milícias islamistas têm escritórios em muitos desses blocos, que também abrigam escritórios comerciais ou de meios de comunicação, 20 dos quais perderam suas sedes, de acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras.
Em meio a esse clima de incerteza, o Exército anunciou ontem à noite que a milícia pró-iraniana do Hezbollah ameaçou abrir uma nova frente depois de lançar três foguetes a partir do Líbano até o mar diante da costa de Israel.
O primeiro-ministro Netanyahu colocou-se de forma decidida à frente da direção das operações bélicas. Em meio à escalada de ataques com foguetes, que mais uma vez atingiram o sul e o centro do país, o chefe do Governo parece ter recuperado a iniciativa política.
O líder conservador Naftali Bennett, que havia se comprometido a se juntar à coalizão governamental com a oposição, rompeu o acordo na noite passada em vista da onda de violência nas cidades com população árabe. Bennett anunciou que iria voltar a negociar um acordo de Governo com o bloco da direita de Netanyahu, junto com ultraortodoxos e a extrema direita, que assim volta a se aproximar da maioria.
Fonte: ELPAIS
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