Indiciadas por morte de dono de cartório viúva e mais cinco pessoas

Polícia Civil de Goiás indiciou sete pessoas pela morte de um dono de cartório, assassinado com 17 tiros e mãos algemadas para trás, em Rubiataba, a 210 km de Goiânia. Entre elas estão a viúva dele, suspeita de ser a mandante do crime; a amante e a irmã dela; além de dois contratados como atiradores. Um suspeito está foragido.

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De acordo com o inquérito, dois homens sequestraram Luiz Fernando Alves Chaves, de 40 anos, na noite de 28 de dezembro, e o levaram na camionete dele para um canavial na zona rural de Rubiataba, no centro do estado, onde foi morto a tiros. A polícia encontrou o corpo dele, horas depois, na madrugada do dia seguinte.

O motivo do crime, segundo a Polícia Civil, foi disputa patrimonial, uma vez que, com a execução do dono do cartório, um de seus parentes poderia receber bens e valores como herança. No entanto, a família de Luiz Fernando acredita que ele foi morto por “ódio”.

Em interrogatório, a viúva do dono do cartório, a escrevente substituta Alyssa Martins de Carvalho, de 32 anos, admitiu ter encomendado o crime por R$ 100 mil depois de uma série de brigas com agressões em casa.

Os suspeitos foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado mediante pagamento ou promessa de recompensa, motivo fútil e traição, de emboscada, ou dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Eles também devem responder pelo roubo da camioneta do dono do cartório e associação criminosa.

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  • Alyssa Martins de Carvalho, 32 anos: viúva do dono do cartório, é investigada por ser a mandante do crime. Tem três filhos com Luiz Fernando, com quem se casou em 22 de julho de 2013. Ela trabalhava no cartório como escrevente substituta. A família vivia em Rubiataba.
  • Aleyna Martins de Carvalho, 38 anos: arquiteta e irmã de Alyssa, é apontada por agir em conluio para planejar o crime.
  • Ana Claudia Silva, 33 anos: comerciante e apontada como amante de Alyssa, com quem teria planejado o crime.
  • André Luiz Silva, de 30 anos: dono de garagens de veículos em Anápolis e Campo Limpo de Goiás, onde mora há sete meses. É agiota e investigado por recrutar comparsas para roubar a SW-4 do dono do cartório e matá-lo.
  • Edvan Batista Pereira, de 23 anos: ligado a criminosos do PCC em Goiás, é investigado por ser autor dos 17 disparos contra o cartorário. Ele, que mora em Pirenópolis (GO), disse à polícia que conheceu André no presídio de Anápolis e que aceitou a proposta dele para quitar uma dívida de R$ 2,5 mil, além de receber mais R$ 2,5 mil. Outros R$ 5 mil deveriam ser repassados a outro comparsa.
  • Laurindo Lucas Gouveia dos Santos, de 21 anos: também é morador de Pirenópolis (GO) e disse à polícia que se envolveu no crime após receber mensagens por WhatsApp e ligação de Edvan para levá-lo de carro até Rubiataba e deixá-lo na cidade. No entanto, afirmou que, no percurso foi surpreendido pela informação de que teria de participar do roubo e do assassinato.

A equipe de investigação ainda procura Luizmar Francisco Neves, que é citado pelos presos como “Chefe” e investigado por supostamente iniciar a rede de contatos da associação criminosa, a mando da viúva. Ele tem mandado de prisão temporária em aberto.

Defesa

O advogado Roberto Rodrigues, que representa Ana Claudia, disse que está estudando o caso e vai pedir a revogação da prisão de sua cliente, que, conforme acrescentou, nega participação no crime.

A advogada Fabiana dos Santos Alves Castro disse que ainda não vai se manifestar sobre a prisão de Alyssa porque não teve acesso ao relatório do inquérito.

Sobre a prisão de Aleyna, Fabiana afirmou que a fundamentação para o pedido da prisão temporária foi baseada em interrogatório dos executores que disseram ter ouvido o “Chefe” falar com a cunhada da vítima e mensagens no celular nas quais Aleyna se refere ao ex-cunhado com termo “falecido”.

No celular da Aleyna, de acordo com a advogada, é possível vê-la fazendo alertas a Alyssa sobre a amizade com Ana Claudia, em troca de mensagens entre as irmãs. “Afirmo com propriedade que Aleyna é inocente”, ressaltou.

“Coação”

O advogado Walter Jayme Neto, representante de Laurindo, disse que, em análise preliminar, seu cliente “agiu sob coação moral e irresistível por parte do ‘Chefe’”. Por isso, conforme acrescentou, “Laurindo é inocente”.

Metrópoles não encontrou o contato das defesas de Edvan e André, que estão presos em Rubiataba, mas o espaço segue aberto para manifestações. Alyssa e Ana Claudia continuam no presídio de Barro Alto de Goiás. Aleyna está reclusa em Goiânia.

O inquérito foi remetido ao Poder Judiciário, que o encaminhará ao Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). Caso sejam denunciados, os suspeitos serão julgados pelo tribunal do júri pela morte do dono de cartório.

 Fonte Metrópoles 

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