O grupo xamânico ligado à aplicação de veneno de sapo proibido no Brasil sabia que a substância era proibida, segundo a Polícia Civil. Em um áudio, o homem suspeito de realizar os rituais espirituais orienta outro membro do grupo a esconder a substância dentro de uma mala de viagem.
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“Você pode misturar com coisas do banheiro, colocar dentro de uma bucha, aquelas buchas vegetais”, orientou o homem.
A substância alucinógena 5-meo-DMT é extraída da pele e do veneno do sapo Bufo e foi apreendida em Goiânia, Pirenópolis e no Rio de Janeiro. Ao todo, foram apreendidos 12 gramas da substância nos dois estados em abril deste ano. A droga teria sido adquirida por R$ 4,3 mil no México.
De acordo com o delegado Francisco Costa, os cinco investigados tinham conhecimento sobre a proibição da substância no Brasil. Todos eles foram indiciados no último dia 28 de junho. Três foram indiciados por tráfico de drogas, uma pessoa foi indiciada por financiamento de tráfico de drogas e outra por permitir o uso de determinado local para a realização de tráfico de drogas.
Como funcionava o esquema
De acordo com o delegado, homem apontado como líder do grupo divulgava as cerimônias em redes sociais, sendo que os interessados faziam o pagamento e agendamento prévio. No dia combinado, os clientes eram atendidos em um centro espiritual em Goiânia ou em Pirenópolis. As cerimônias já acontecem há pelo menos dois anos. “O líder espiritual cobrava por cada atendimento R$ 300, e a quantidade apreendida daria para ele fazer aproximadamente 500 atendimentos. Iria lucrar cerca de R$ 150 mil com a atividade”, explicou.
Segundo o delegado, das cinco pessoas investigadas, três são de Goiás, sendo o líder religioso, uma funcionária pública estadual e o proprietário dos locais onde as cerimonias com a substância eram realizadas. Os demais suspeitos são do Rio de Janeiro, onde também foram realizadas apreensões. Um professor de yoga da cidade carioca, inclusive, seria o responsável por ter comprado a droga no México e tê-la mandado para Goiás, com a ajuda do comparsa que financiou parte da aquisição. De acordo com o investigador, o produto teria sido recebido pela servidora goiana, que é parente do líder religioso.
“A substância é proibida pela Anvisa. Ainda não há estudos mais aprofundados sobre a substância. Alguns estudos dizem que ela ajuda em tratamento relacionado à depressão, ansiedade e estresse. Outros dizem que podem causar paranoia, ansiedade, medo, tristeza, além de problemas cardiovasculares e respiratórios”, concluiu. Postagem falavam explicitamente que os atendimentos eram realizados com as substâncias do sapo.
Fonte g1
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