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Gripe Espanhola: Menosprezada em 1918, epidemia parou o Rio e matou presidente

Fonte: El País/Reprodução

No ano de 1918, uma violenta pandemia, chamada inicialmente de “la dansarina”, atingiu o mundo e recebeu depois o nome de “gripe espanhola” porque era da imprensa da Espanha, uma das poucas não censuradas nos tempos de guerra, que vinham as maiores informações sobre a doença. O Brasil acompanhou a tragédia à distância, talvez por acreditar que o oceano seria uma barreira natural ao vírus. Mas, em setembro de 1918, o navio transatlântico Demerara, oriundo de Liverpool, na Inglaterra, aportou no Brasil trazendo imigrantes e brasileiros que participaram das operações de guerra. Junto com os passageiros, chegava uma mutação mortal do vírus H1N1.As paradas do navio em Recife, Salvador e Rio de Janeiro, a capital da República, foram como um rastilho de pólvora através do qual a gripe se espalhou rapidamente pelo país. Apresentando sintomas de uma gripe comum, a Influenza não possuía um tratamento eficaz e dizimou grande parte da população brasileira, notadamente as cidades do Rio e São Paulo.

Hospital nos Estados Unidos, em 1918, lotado de vítimas da gripe espanhola / Crédito: Wikimedia Commons

A gripe espanhola no Brasil

De acordo com os jornais da época, a avenida Rio Branco no Rio e a avenida Paulista em São Paulo ficaram totalmente desertas. Os jogos de futebol eram realizados em estádios vazios. Bancos, repartições públicas, teatros, bares e outros locais de encontros tiveram que fechar as portas tanto por falta de funcionários como também de clientes. Como os médicos não conseguiam determinar uma medicação eficaz, muitas propostas alternativas de cura foram apresentadas à população, a maioria por charlatães querendo tirar vantagens da população. Surgiram filtros de água e foi sugerido o quinino, usado contra a malária, como um remédio eficiente. Até mesmo uma receita caseira, feita em São Paulo com cachaça, limão e mel, não conseguiu a cura, mas ficou conhecida como a “caipirinha”.  Hospitais não tinham vagas, nem evitavam os óbitos. Transportados em bondes, corpos eram empilhados por presidiários trabalhando como coveiros. O final de 1918 trouxe uma esperança: a eleição do presidente Rodrigues Alves que, em seu primeiro mandato, livrou a capital da república das epidemias de febre amarela, peste e varíola. Doente, o novo presidente não assumiu e veio a falecer em janeiro de 1919, de gripe espanhola. Até hoje não se sabe ao certo a origem e nem o que fez da gripe espanhola uma doença tão avassaladora.

Fonte Megacurioso

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