Uma funcionária sugeriu que a dona da creche mentisse sobre a morte do menino Salomão Rodrigues Faustino, de 2 anos, esquecido dentro do carro dela por 4 horas em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia. Um vídeo de câmera de segurança do berçário, obtido com exclusividade pela TV Anhanguera, mostra o momento em que a criança é encontrada. A gravação também capturou a conversa entre a empresária Flaviane Lima, 36, as funcionárias e com o esposo. “Tia, presta atenção, fala que ele ‘tava’ dormindo”, respondeu a funcionária, quando a empresária perguntou o que faria naquele momento de desespero.
A identidade da funcionária não foi divulgada. O advogado da dona da creche, Gildo Franks, informou, neste domingo (2), que ainda não foi intimado sobre o andamento do caso. Ele comentou ainda sobre a sugestão da funcionária para que Flaviane mentisse. “Ela sugeriu, porém minha cliente não aceitou”, afirmou o advogado.
Em outros trechos da gravação, Flaviane expressa o desespero em ter encontrado o menino esquecido dentro do seu carro. “Estou sentindo calafrios. Meu Deus do céu… Acho que esqueci dentro do carro. Como é que eu vou falar que eu esqueci uma criança dentro do carro?”, disse a dona da creche.
Outra funcionária chega a comentar que faria uma ligação, porém é repreendida pela empresária: “Não vai ligar ‘pra’ ninguém”. Na sequência, Flaviane conversa por ligação com o esposo e cogitou que fugiria, por medo das reações dos pais. “Eu não sei se eu fujo, o que eu faço? Mas eles vão me matar, porque o menino ‘tá’ morto, ‘tá’ roxo”, declara a investigada.
Flaviana foi presa um dia depois da morte da criança na companhia do marido em Itaberaí, a 80 km de Nerópolis. Para a polícia, a mulher tinha fugido. Ela foi autuada e levada ao Complexo de Prisão de Aparecida de Goiânia, também na Região Metropolitana da capital, onde ficou por 10 dias, uma vez que o flagrante foi convertido em prisão preventiva. No dia 27 de fevereiro, a juíza Sandra Regina Teixeira Campos acatou um pedido de habeas corpus da defesa da empresária e converteu a preventiva em domiciliar, com medidas cautelares.
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