Três dias depois de denunciar que foi ameaçado por uma delegada durante uma entrega em Goiânia, um entregador do aplicativo iFood disse que chorou por causa da situação e demonstrou estar abalado pelo episódio.
Segundo relato do entregador, houve uma confusão inicial porque a policial tinha o nome semelhante ao da cliente que deveria receber o pedido do restaurante.
Ele disse ainda que a delegada se irritou por achar que aquele era o pedido encomendado por ela. E teria sacado sua arma ao contestar o entregador.
“Eu não aguentei. Chorei muito, estou nervoso até agora, não consegui dormir”, disse o entregador, de 41 anos, em depoimento ao G1. O caso ocorreu na sexta-feira (8/4).
O entregador informou que deveria entregar um pedido para a servidora pública Gabrielle Perdigão. Mas disse que, ao chegar ao prédio indicado pelo aplicativo, acabou abordado pela delegada cujo primeiro nome é Gabriela, que também mora no edifício e teria se identificado como a pessoa que receberia o pacote.
Código
O entregador disse que, como de costume, perguntou pelo código de verificação e, logo em seguida, viu que era diferente. Por isso, segundo ele, não entregou o pacote à delegada.
“Tentei explicar, mas ela colocou o celular na minha cara falando que era para ela. Eu levantei os braços reclamando, e ela sacou a arma, disse que era polícia e podia me prender. Nessa hora, virei de costas afirmou.
Depois da confusão provocada pelos nomes parecidos, o entregador foi autorizado a subir ao apartamento de Gabrielle.
“Chorando”
“Ele bateu na minha porta, estava tremendo, chorando, ele me entregou, eu ia fechar a porta e ele pediu: ‘pelo amor de Deus, desce comigo’. Ele disse que estava com medo dela [delegada] atirar nele e me contou o que tinha acontecido. Eu vi que ele estava tremendo demais e foi decisão minha chamar a polícia”, contou a moradora ao G1.
Em um vídeo feito por Gabrielle, a delegada apareceu conversando com um policial militar negando que tenha sacado a arma. No boletim de ocorrências, a delegada disse que o entregador a ameaçou dizendo que tinha uma faca, o que também é negado por ele.
Apuração
A Polícia Civil informou que a Corregedoria está tomando as medidas necessárias para apurar a situação.
Em nota, o iFood informou que repudia todo ato de agressão ou discriminação contra os entregadores.
“Em casos como esse, o entregador conta com um canal de denúncias no próprio aplicativo para registrar os fatos que contribuirão para a investigação interna”. A empresa reforçou a importância de fazer o boletim de ocorrência e que está à disposição para colaborar com as investigações.
Fonte Metrópoles