Suposto pastor é suspeito de abusar de fiéis em Anápolis. Segundo duas vítimas, ele usava a fé para praticar os crimes, alegava estar “incorporando um anjo” em “campanhas espirituais” e que, se negassem, teriam consequências.
O caso foi registrado na Polícia Civil (PC) na última segunda-feira (2).Em nota, a PC explicou que o caso é investigado pelo 1º Distrito Policial de Anápolis. “O procedimento está com diligências sendo realizadas para a escorreita apuração dos fatos e será concluído tão logo findar as investigações”, detalhou a PC.
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Uma das vítimas disse à polícia que frequentava a denominação do suposto pastor há 8 anos e foi abusada por ele, pela primeira vez, no ano passado. Ela disse ainda que o homem pediu fotos íntimas dela alegando que fazia parte de uma “campanha” para ter sucesso na vida e que anjos a ajudariam através dele. A vítima disse que enviou.
Em uma das situações descritas pela vítima, ela contou que o homem teria dito que incorporou um “anjo” após um culto de libertação e que ela seria “amaldiçoada” se contasse para alguém sobre os pedidos dele. Logo depois disso, o suspeito teria passado a mão nas partes íntimas dela, colocou a boca nos seios e a beijou.
Segundo a mulher, a esposa do suspeito presenciou o abuso e ainda mandou que ela não negasse os pedidos feitos pelo marido, que incluíam até masturbação. Os crimes teriam acontecido em um “quarto ” da denominação e em uma casa.
No segundo abuso, em dezembro do ano passado, o pastor teria “incorporado” novamente e pediu para que a vítima não falasse nada ao companheiro e novamente tocou no corpo dela, de acordo com a vítima.
A mesma vítima denunciou ainda que, por uma terceira vez, durante a “campanha”, também foi abusada no “quarto ” e o homem tirou a virgindade dela. A mulher contou que a esposa do suspeito estava perto e não fez nada.
O quarto abuso descrito pela vítima também aconteceu em dezembro de 2022 e ele tinha dito, inclusive, que não poderia usar preservativo e ela não tinha o direito de exigir, porque o “anjo” não aceitava, segundo a mulher. Depois disso, o suspeito falou à denunciante que ia parar a campanha porque estava tendo sentimentos por ela.
Fora da “campanha”, ele continuou ligando para a vítima e pedia para que ela se tocasse para ele assistir. Quando a vítima falou que não queria mais participar, o homem divulgou fotos íntimas dela para outros membros da igreja, o que ela descobriu em outubro deste ano.
Segunda denúncia
À polícia, outra vítima disse que frequentou a denominação do suposto pastor por 5 anos e ele a chamou dizendo que precisava fazer uma “campanha espiritual” porque o marido dela estava com um problema. Durante o abuso, o homem chegou a falar que um “anjo” estava com ele, segundo a mulher.
No primeiro dia da “campanha”, o suspeito pediu para que a mulher falasse o que gostaria que o marido fizesse com ela sexualmente, conforme o relato. No segundo, o homem tocou as partes íntimas da mulher, colocou a boca nos seios e encostou a mão dela nas partes íntimas dele, de acordo com ela.
Durante o abuso, a mulher tentou empurrar o suspeito, ele teria dito que ela tinha que continuar a “campanha” e a fez prometer que não contaria para ninguém porque as pessoas não entenderiam, conforme detalhou o relato.
Medida protetiva
As vítimas pediram à Justiça medidas protetivas de urgência contra o homem, mas o juiz negou. Um dos argumentos usados na decisão, é que os crimes não foram praticados no âmbito doméstico e elas não possuíam vínculo anterior com ele.
O caso esta sendo investigado pela policia civil.
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