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Durante consulta de 3h ginecologista teria estuprado adolescente de 14 anos que é parente da esposa dele, diz delegada

O ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos, de 73 anos, preso suspeito de cometer crimes sexuais contra ao menos 16 mulheres, também teria violentado uma familiar da esposa dele. De acordo com a delegada à frente do caso, Amanda Menuci, o crime ocorreu em 1992, época em que a vítima tinha 14 anos. Segundo o relato da investigadora, o médico manteve a adolescente em consulta por cerca de 3 horas.

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“Ele a despiu completamente, tocou seus órgãos genitais e fez com que ela tocasse o órgão genital dele dizendo: ‘você ainda muito o que aprender comigo’”, detalhou a delegada.

O médico foi preso no último dia 20 de julho. Em nota, a defesa do ginecologista afirmou, em relação aos fatos em questão, que os mesmos foram apurados pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás e também pelo Conselho Federal de Medicina.

“Nestas duas instâncias as representações formuladas contra o Dr. Fábio Guilherme foram julgados improcedentes, ou seja, ele foi absolvido destas acusações nas instâncias ético-disciplinares. De toda forma, estes fatos não compõem o objeto das atuais investigações e não estão em questão”, diz um trecho do comunicado.

A delegada detalha ainda que, após o crime, a vítima relatou o ocorrido a todos os familiares, que a desacreditaram e disseram que tudo não passava de uma “fantasia adolescente”.

De acordo com a Polícia Civil, a mulher em questão não reside em Goiânia e lida até hoje com os traumas do crime praticado.

Nesta sexta-feira (28), o médico foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável em relação à primeira vítima que realizou a denúncia e que deu ensejo a todas as demais investigações.

A Polícia Civil detalhou ainda que representou pela cassação do registro do médico perante ao Conselho Regional de Medicina (CRM), bem como pelo sequestro de bens a fim de garantir a reparação cível das vítimas.

Casos recentes

Segundo a delegada à frente do caso, entre os casos mais recentes denunciados, há vítimas de 2015, 2018 e 2020, ocasiões em que o autor praticou os crimes sexuais durante a realização do exame, tocando ou massageando o órgão genital das vítimas, sempre tecendo comentários de cunho sexual. Para uma das vítimas, o médico perguntou se ela estava gostando daquilo e que aquele era o exame preferido dele.

Entenda o caso

Fábio Guilherme foi preso na última quinta-feira (20) após repercussão de suposta agressão contra uma grávida de oito meses, durante uma consulta pré-natal. Este caso, do final de junho, tomou maior proporção após o marido da vítima ser filmado agredindo o ginecologista no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) do Novo Horizonte, em Goiânia.

Em nota enviada a reportagem anteriormente, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que o médico está lotado no Ciams do Novo Horizonte, desde 2014, como servidor efetivo da Secretaria Estadual que foi cedido ao município. O órgão do governo reforçou que o profissional está afastado desde o dia 30 de junho e que toda determinação judicial será devidamente acatada. Por fim, a SMS disse não compactuar com atos de desrespeito aos usuários, e que preza pelo acolhimento e qualidade da assistência.

Devido à visibilidade desta última investigação, novas denúncias surgiram contra o médico. Algumas das outras vítimas relatam abusos cometidos há mais de 20 anos. O ginecologista atuava desde 1981 e entre os casos denunciados existem outras menores de idade. Ao todo, até o momento, são 13 denúncias formais contra Fábio Guilherme. Alguns dos casos já tinham sido denunciados na época do ocorrido, mas não houve punição.

Também em nota enviada anteriormente, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) afirmou que toda denúncia relacionada à conduta ética dos profissionais registrados corre em segredo, conforme determinação do Código de Processo Ético-Profissional Médico.

Nota da defesa do ginecologista na íntegra:

“Em relação aos fatos supostamente ocorridos em 1994, eles foram apurados pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás e também pelo Conselho Federal de Medicina. Nestas duas instâncias as representações formuladas contra o Dr. Fábio Guilherme foram julgados improcedentes, ou seja, ele foi absolvido destas acusações nas instâncias ético-disciplinares. De toda forma, estes fatos não compõem o objeto das atuais investigações e não estão em questão.

Quanto à imputação atual, a defesa acredita na absoluta inocência do investigado e – de sua perspectiva – não existem elementos de provas indicativas de responsabilidade criminal. Cabe lembrar que elementos colhidos em sede policial não são submetidos ao contraditório e à ampla defesa e, por essa razão, não podem ser tomados para afirmar-se a responsabilidade criminal do investigado. Por fim, vale aludir que o Dr. Fábio Guilherme é profissional com décadas de experiência, sério e respeitado pelos bons serviços prestados em sua área de atuação.

Matheus Moreira Borges e Rodrigo Lustosa Advogados “

Fonte g1

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