Membros do grupo terrorista al-Shabab estão decapitando crianças de 11 anos na província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, denunciou a ONG britânica Save the Children nesta terça-feira, em meio a um conflito que já dura quatro anos. O grupo, também conhecido como Estado Islâmico da África Central (Isca), já causou pelo menos 2.600 mortes, de acordo com a ONG Acled, e a fuga de cerca de 670 mil pessoas, segundo a ONU.
“Naquela noite, nossa cidade foi atacada e casas foram incendiadas”, conta Elsa, 28, no comunicado emitido pela Save the Children. “Quando tudo começou, eu estava em casa com meus quatro filhos. Tentamos escapar para a floresta, mas o mais velho foi levado e decapitado. Não podíamos fazer nada porque eles também teriam nos matado”.
Por sua vez, Amelia, 29, revelou: “Depois que meu filho de 11 anos foi morto, entendemos que não era mais seguro ficar na aldeia. Fugimos para a casa de meu pai em outra aldeia, mas depois de alguns dias os ataques começaram lá também. Meu pai, as crianças e eu passamos cinco dias comendo bananas verdes até encontrarmos um meio de transporte”. Ambos os nomes foram alterados por segurança. Em novembro de 2020, o comandante-geral da polícia moçambicana, Bernardino Rafael, já havia relatado um ataque semelhante do al-Shabab em Cabo Delgado, quando 20 jovens tiveram suas cabeças cortadas após ataques aos povoados de Muidume e Macomia.
O conflito armado teve início na província de Cabo Delgado em 2017, quando uma seita radical chamada al-Shabab, o mesmo nome do grupo terrorista somali, começou a atacar os povoados da região, de maioria muçulmana, onde uma multinacional francesa está construindo um projeto de extração de gás natural bilionário. No ano passado, em novembro, mais de 50 pessoas foram decapitadas em um campo de futebol em Cabo Delgado, segundo a imprensa local. Meses antes, outras dezenas tinham sofrido o mesmo destino após um ataque a uma vila. Sequestros, contrabando, torturas e prisões arbitrárias também ocorrem durante operações do governo contra jihadistas, segundo organizações internacionais de direitos humanos.
Fonte Extra
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