A Polícia Civil disse que o colega que estrangulou a cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa usou uma fita crepe utilizada para prender as fraldas dos pacientes no crime. Marcelo Junior Bastos Santos confessou o feminicídio à polícia e deu detalhes de como matou vítima, disse o delegado Carlos Alfama. O crime foi cometido na última segunda-feira (4), na Cidade Jardim, em Goiânia. O corpo da cuidadora foi encontrado na terça-feira (5), ao lado da casa onde o suspeito e a mulher trabalhavam. A polícia efetivou a prisão de Marcelo em flagrante no mesmo dia em que o corpo foi localizado.
A Defensoria Pública informou que representou o suspeito em audiência de custódia realizada na quarta-feira (6) e que não irá comentar o caso. Marcelo poderá apresentar advogado particular ou seguir com representante da defensoria durante o encaminhamento do processo criminal. O delegado informou que Marcelo estrangulou Cintia com um golpe mata-leão, que é quando se coloca os braços em volta do pescoço da vítima, pelas costas, até provocar a asfixia e perda de consciência.
“Ele estrangulou a vítima com o mata-leão, achou que ela já tinha morrido (foram palavras dele aqui no interrogatório) e saiu para um outro cômodo. De repente, ele percebeu que ela retomou a consciência e tentou fugir”, narrou Carlos Alfama. O delegado contou que Marcelo foi atrás de Cintia e desferiu um novo mata-leão. Em seguida, com a fita crepe usada para prender as fraldas dos idosos, ele a enforcou novamente. O delegado informou que o corpo de Cintia foi encontrado ainda com as fitas em volta do pescoço e das mãos.
Sobre o caso
A delegada da Central de Flagrantes Laura Soares informou que o caso começou a ser investigado como um desaparecimento, denunciado pelo marido de Cíntia. O homem afirmou que levou a esposa para o trabalho, mas que ela não havia voltado para casa e nem atendia o celular. Marcelo e Cíntia trabalhavam juntos, cuidando do mesmo casal de idosos, na Cidade Jardim, em Goiânia. Laura informou que, a princípio, Marcelo disse à família dos idosos que Cíntia não apareceu para trabalhar na segunda-feira (4), dia do crime. A investigadora acrescentou que o suspeito pediu uma pá a um vizinho, o que também levantou suspeitas. Foi, então, que a Delegacia de Homicídios foi acionada. O delegado Carlos Alfama informou que havia terra remexida no quintal da residência onde a mulher trabalhava e que a cerca elétrica da casa estava repuxada.
O imóvel onde Marcelo Junior Bastos Santos confessou ter jogado o cadáver estava desocupado e disponível para locação. O delegado contou que, a princípio, a polícia suspeitou que Marcelo tivesse recebido a ajuda de alguém para jogar o corpo por sobre o muro, na casa vizinha. No entanto, imagens de câmeras de segurança mostraram que ninguém mais havia entrado na casa. Lá, só estavam os idosos acamados, que não se levantam sem ajuda, informou Carlos Alfama.
Alfama informou ainda que Marcelo disse que cometeu o crime depois que tentou beijar Cíntia e foi rejeitado. A polícia suspeita que Marcelo também tenha tentado estuprar a cuidadora antes do feminicídio. “Agora, aguardamos o laudo, que tem o prazo de dez dias para ser concluído”, disse. Cintia Ribeiro Barbosa tinha 38 anos e havia se casado oito dias antes do crime. Uma amiga da cuidadora, que preferiu não ser identificada, contou que a mulher era muito querida pelo casal de idosos, com quem trabalhava há cerca de 6 anos. Cintia Ribeiro deixou o marido e quatro filhos.
Fonte g1
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