As indiretas de Lula a Elon Musk não querem dizer coisa nenhuma

Na sua investida contra Alexandre de Moraes, Elon Musk disse que o ministro era “ditador” e que ele tem Lula “na coleira”. Até agora, o presidente respondeu com indiretas ao desaforo. A indireta de hoje foi esta: “O crescimento do extremismo de extrema-direita se dá o luxo de permitir que um empresário americano que não produziu um pé de capim nesse país ouse falar mal da Corte brasileira e dos ministros brasileiros”.

O que essa frase significa? Coisa nenhuma na sua construção redundante e com o seu uso excêntrico, digamos assim, da expressão “dar-se ao luxo”. Eu, por exemplo, não produzo um pé de capim na Venezuela e posso falar mal da Suprema Corte bolivariana, assim como você que me lê. Não há nenhuma ousadia disso. É direito à liberdade de opinião sobre qualquer assunto, em qualquer latitude.

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Para não falar que Elon Musk tem bem mais do que um pé de capim por aqui. O Brasil é um dos grandes mercados do X. É o sexto país do mundo com mais usuários da rede social comprada pelo bilionário em abril de 2022, por 43 bilhões de dólares — e que vem se provando, até o momento, um mau negócio. O ex-Twitter vale hoje um terço do que há dois anos. Qualquer decisão que afete o X é do interesse de Elon Musk e lhe dá o direito de espernear.

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Ontem, Lula fez a seguinte observação: “Muita gente não leva a sério o que significa a manutenção das florestas para a manutenção da qualidade de vida nesta enorme casa que é a Terra. E daqui não podemos fugir. Tem até bilionário tentando fazer foguete para achar algo no espaço, mas não tem.”

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Mais um comentário que não tem conexão com a realidade. Elon Musk foi determinante para ressuscitar o programa espacial americano, tem um contrato com a Nasa para levar astronautas à Lua com o seu foguete reutilizável e sonha com a instalação de uma base em Marte. Ele também tem uma rede de satélites que provê internet para usuários de diversos países do mundo.

Sem Elon Musk ou com Elon Musk, a exploração espacial produziu mais tecnologia do que a cabecinha enevoada de Lula é capaz de imaginar. O GPS, por exemplo, para ficar em um aspecto muito presente na vida das pessoas. Produziu tecnologia e, claro, proporcionou descobertas sobre as origens do universo, coisinha pouca para a ciência. Pela falta de raciocínio do presidente brasileiro, os telescópios Hubble e James Webb devem ser considerados duas inutilidades, visto não há nada no espaço para ser achado.

Quanto à questão ambiental, o bilionário americano pode ter lá as suas contradições — como ter uma frota de quatro jatos poluidores —, mas a sua Tesla produz veículos elétricos e ele está longe de ser um negacionista do aquecimento global. É um concorrente da indústria baseada nos combustíveis fósseis, ao contrário de Lula, um entusiasta do óleo para lubrificar o seu populismo.

Fonte Metrópoles