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Americano revelou aflições em diário antes de ser morto por índios

Instagram/John Chau

John Chau, o americano de 26 anos que morreu ao tentar contato com uma tribo isolada na Índia, ofereceu peixes e outros pequenos presentes aos indígenas em uma primeira tentativa de aproximação, antes de ser atacado a flechadas e enterrado na praia. É o que revelam trechos de um diário e emails publicados pelo jornal americano The Washington Post na última semana.

Os registros de Chau foram entregues à mídia por sua mãe. Nos escritos, o americano conta que foi recebido na ilha Sentinela do Norte — que é proibida para visitantes — por homens com aproximadamente 1,65 m de altura cujos rostos estavam pintados com uma “pasta amarela”. Eles teriam reagido com agressividade enquanto Chau tentava falar sua língua e cantar “músicas de louvor”.

Acredita-se que os sentineleses — como são chamados os membros da tribo que vivem no local — têm sua origem em uma migração originada na África há 60 mil anos. Desde sempre, eles são hostis aos grupos de fora que tentam se aproximar e a língua que falam sequer é catalogada.

John Chau era um missionário cristão e pretendia falar sobre Deus aos índios. A mídia indiana afirma que ele teria subornado pescadores para levá-lo ilegalmente até a praia.

“Devem me achar louco”

O americano revela que, ao chegar à faixa de areia, disse: “Meu nome é John, eu amo vocês e Jesus ama vocês”. Um dos jovens que estava no local teria atirado uma flecha que atingiu a Bíblia de Chau. “Vocês devem me achar louco, mas eu realmente acho que vale a pena pregar para essas pessoas”, apontou o missionário em carta a seus familiares.

Em outro trecho de seu diário, o americano relata que da primeira vez que tentou se aproximar da ilha, levou peixes para dar de presente aos índios — ainda assim, a tribo avançou contra ele. “Senti medo, mas principalmente decepção. Eles não me aceitaram em um primeiro momento.”

Nesta ocasião, ele retornou ao barco de pescadores que o esperavam remando em um caiaque. Alguns dias depois, ele tentaria de novo o contato com a tribo.

Medo da morte

Na última das notas enviadas à sua família, em 16 de novembro, Chau parece confessar o maior de seus medos. “Deus, eu não quero morrer.”

No dia seguinte, os pescadores viram a tribo enterrando o corpo do missionário na areia da praia, segundo informou um colega em um e-mail à mãe do missionário, Lynda Adams-Chau.

O governo indiano tenta agora recuperar o corpo de Chau sem ameaçar a cultura dos aborígenes, como manda a lei. Uma unidade de polícia foi enviada à ilha remota, mas os oficiais pararam o barco a cerca de 400 metros da costa ao avistarem homens armados com arcos e flechas.

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